Resignar-me

Não ter controle. Perder o equilíbrio. Deixar os pensamentos lá em você.

Resignar-me de você é tão impossível quanto sentir o calor em Plutão.

Não pensar em você é tão raro como achar um jardim de trevo de quatro folhas.

A distância entre o que eu sinto e o que você sente, seja talvez maior que a velocidade luz da Via Láctea toda.

Saber que não posso te abraçar agora seria mais fácil, pois difícil seria soltar-te.

Prender-te-ia num abraço eterno.

Difícil entender que o que é meu nos meus sonhos não é meu na minha realidade.

Provas de conseguir te apagar de mim não passariam pelo INMETRO.

Alusões que vai ser sempre pra melhor já não me convence mais.

Não cabe mais segurar as explosões da minha alma.

Minh'alma transformou a meiose para que te convença uma metade sua foi feita de mim.

Resigno-me a deixar você livre do meu domínio, mas envolto a ti a escravidão do que também sentes.

Pode não ser agora, pode não ser amanhã, mas pra sempre vai ser o que só nós sentimos...

E isso você não vai me fazer odiar.

Saber que lá no fundo envolto a turbilhões esconde o que seus olhos mentem.

Segredo que seu corpo não me nega. Segredo que seu sorriso não segura.

Sentimento que sua alma não oculta por que sabe onde está a outra metade incompleta.

Seu medo é apenas ingrediente que adoça a minha certeza.

Seu cuidado e devaneio são as parte que compõe a minha estrada.

Ainda explodo em mim o que quero gritar para calar sua confusão.

Resigno-me a deixar-te apenas a falta que sentirá do lugar que  ocupava por insistência.
Deixo vago para que você possa preencher com alguém quem não cabe tão bem quanto eu.
Porque esse lugar você sabe de quem é, mas tem medo que seja um preenchimento perfeito.